A vida cristã é norteada pelo supremo mandamento do amor. Esse tem sua origem em Deus. Não é uma inovação, é a verdade suprema que emana do Eterno!
Não lei mosaica encontramos a máxima para os relacionamentos: “Não te vingará nem guardarás ódio contra a gente do teu povo; pelo contrário, amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv. 19:18). Jesus corroborou o mandamento, quando em uma oportunidade corrigiu o erro legalista em que, os fariseus, transformaram o mandamento do amor.
Para estes, o mandamento do amor tinha validade somente para os arrolados no círculo farisaico – o grupo dos fariseus; os que estivessem fora deste círculo não passava de um ‘am haarez, ou seja povo comum. E o pior de tudo isso é que na convicção deles “tratava-se de uma inimizade por causa de Deus”, ou seja, estavam prestando um culto a Deus.
Na Carta aos Romanos, Paulo penetra em uma profundidade ainda maior, e amplia, pela revelação do Espírito, a grandiosidade do mandamento. Na verdade o mandamento do amor deve ser o regente para todas as ações na vida do cristão – das questões de foro íntimo até as questões da moral e da ética desta moral.
As desavenças, politicagens, brigas ministeriais, e tantas outras questões que a cada dia afloram no meio evangélico são obras de pessoas controladas pela carne, pelos desejos irrefreáveis de um coração desprovido do amor. Isto é, são pessoas que não são transformadas pelo poder regenerador do Evangelho da cruz, ou que paulatinamente distanciam-se deste Evangelho.
No versículo oito de Romanos treze lemos: “Não fiqueis devendo coisa alguma a ninguém”. Veja que isso é cumprimento da lei, segue o versículo “[...] pois quem ama o próximo tem cumprido a lei”. Quem ama cumpre a lei (e não ao contrário) – isso só é possível para quem tem a vida transformada; já está comprovado que o ato de cumprir a lei não leva ninguém a amar o próximo. Os fariseus procuravam andar por esse caminho, mas alimentavam o ódio em seus corações: “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt. 5:43).
A questão bíblica “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” tem um alcance que envolve todas as áreas da vida. Aquele que ama jamais a de compactuar com adultério; também não matará ninguém; no mesmo nível tem a questão de jamais furtar, ou ainda cobiçar.
Ninguém conseguirá cumprir esse mandamento com esforço próprio, é preciso estar revestido das armas da luz (Rm. 13:12).
A falta do amor é uma prova incontestável de que a pessoa está mergulhada na noite espiritual. Paulo cita algumas características de quem está em trevas espirituais: “Vivamos de modo decente, como quem vive de dia: não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em discórdias e inveja” (Rm. 13:13).
Quanta coisa que estamos vendo que nos deixam estarrecidos – isso no meio evangélico. Vivemos o tempo de um evangelho mesquinho, do toma lá dá cá, de desejos fúteis, e alvos pessoais e cheios de cobiça.
Os púlpitos de muitas igrejas (refiro-me as várias matizes denominacionais) estão afogados no pecado, pois pensam mais “em como atender aos desejos da carne” (Rm. 13:14b). Onde era para abundar pureza, o adultério está fazendo festa no carrossel da imoralidade sexual; em lugar de gerar vidas pela pregação da Palavra está havendo morte espiritual; a ganância pelas riquezas está abundando os púlpitos de pregações dinheiristas e ofertas negociadas; e a cobiça por mais poder está corroendo ministérios, convenções e outras instituições eclesiásticas; e multiplica-se a tudo isso a depravação, discórdias e inveja.
Nada mais urgente do que um verdadeiro arrependimento para haver um despertamento do sono espiritual em que muitos estão, e a volta genuína a preocupação bíblica e santa com relação a salvação, pois esta está “agora mais perto do que no início, quando cremos” (Rm. 13:11). Só assim é possível estar revestido de Jesus Cristo, e nada do que é terreno desviará o foco do alvo: Cristo, o Senhor que virá!
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