terça-feira, 16 de junho de 2009

UNÇÃO E UNGIR

Velho Testamento
A unção era um mandamento do Senhor e eram ungidos os sacerdotes (Ex. 29:7; 30:30; 40:12-15; Lv. 8:12; ver 10:7); alguns reis (1 Sm. 10:1; 16:1-3,12,13; 24:6,10; 26:9;16; 2 Sm. 1:14; 19:21; 22:51 cf. Sl. 18:50; 1 Rs. 1:32-34; 19:15,16; 1 Cr. 16:22; Sl. 105:15); alguns profetas (1 Rs. 19:16; 1 Cr. 16:22). A unção de sacerdotes, reis e profetas tinha o significado de serem consagrados ao Senhor; nos “trechos que tratam de pessoas, o óleo representa claramente a unção do Espírito Santo” (Horton) [1].
Eram também ungidos as peças do Tabernáculo (Ex. 30:22-29; 40:9-11), dessa forma eram de uso exclusivo para o culto ao Senhor, em hipótese alguma poderiam ser usadas para qualquer outro fim.
Isaías profetizou a respeito da unção que viria sobre Cristo (Is. 61:1-3 cf. Lc. 4:17-19, ver At. 4:27; 10:38).
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A obediência
Um ponto importante com relação à unção com óleo, conforme descrita no Velho Testamento, é que estava intimamente ligada à obediência (Dt. 28:40). O Senhor tinha cuidado do Seu ungido (Sl 2 – uma profecia a respeito de Cristo; Sl. 20:6; 84:9; 105:15).
Não bastava ser ungido para uma determinada função, precisava estar submisso, e em obediência a Deus, ser observante prático da Palavra. Também após a unção, o ungido deveria viver totalmente de acordo com a vontade e a Palavra do Senhor.
Saul foi ungido, e sobre ele veio o Espírito Santo, porém a desobediência fez-lhe perder o trono e cair no pecado de rebelião – foi rejeitado pelo Senhor (1 Sm. 10:1; 13:8-14 cf. 10:8); os filhos de Eli eram sacerdotes ungidos, mas brincaram com as coisas sagradas, desviaram-se para o caminho da imoralidade, então foram mortos pelo Senhor (1 Sm. 2:12,13,22-25); Salomão foi ungido rei sobre Israel, mas teve seu reino dividido por causa dos seus pecados (1 Rs. 1:32-34; 11:9-13; 31,33).
Saul não ouviu o profeta que lhe falou a Palavra do Senhor; os filhos de Eli não deram valor aos princípios da Palavra do Senhor; e Salomão desviou o seu coração da Palavra do Senhor, voltando-se para os ídolos e as prostituições.
O coração deveria estar totalmente voltado para Deus, ser inteiramente dEle todos os dias; não bastava somente a unção. Deus não se deixa levar por aparências.
Hoje isto não mudou!
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Novo Testamento
João escreveu: “Mas vós tendes a unção que vem do santo, e sabeis tudo. E a unção, que vós recebestes dEle, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas como a Sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nEle permanecei” (1 Jo. 2:20,27 cf. Jo. 14:26).
Lucas registra o cumprimento da profecia de Isaías sobre Cristo: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu (Lc. 4:18 cf. 61:1-3 – grifo meu). Veja que Jesus foi ungido pelo Espírito Santo. Não houve uma solenidade para que fosse ungido com derramamento de óleo, isto é, que sobre a Sua cabeça fosse derramado óleo, para confirmar Seu ministério. Isto devido à Pessoa do Espírito Santo.
Hoje a unção está no crente. É a Pessoa do Espírito Santo. Jesus disse “[...] pois habita convosco, e estará em vós” (Jo. 14:17). Paulo declara que fora ungido, porém não há registro bíblico que diga que sobre ele tenha sido derramado (literalmente) algum tipo de óleo (2 Co. 1:21 cf. At. 9:17,18). João falou que a unção que o redimido recebe é verdadeira, e nesta unção deve permanecer.
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O propósito da unção, ou de ungir
A unção com óleo tem propósitos específicos conforme vemos na Palavra de Deus, conquanto em muitas práticas, nos dias de hoje, temos visto um desvio do uso da unção com óleo (literalmente). Prefiro ficar com o que a Palavra diz.
O Novo Testamento não contém o mesmo uso e prática da unção com óleo conforme o Velho Testamento. Enquanto no Velho Testamento eram ungidas as peças do tabernáculo, sacerdotes, profetas e reis, literalmente, com derramamento de óleo, no Novo Testamento não tem estas práticas.
A Bíblia diz que há profetas na igreja, que somos sacerdócio real (1 Co. 14:3; 1 Pe. 2:9), mas, no entanto, ninguém é ungido como profeta ou sacerdote da forma como temos no Velho Testamento. O Espírito Santo está dentro de todo redimido, para que seja intrépida testemunha.
Hoje não precisa (pois nada acrescenta, além de modismos e confusões) ungirmos (literalmente com óleo) o que quisermos, sejam móveis e utensílios da igreja; instrumentos musicais; mãos; ruas; carros; obreiros. Ilude-se quem pensa que tal ato possa tornar sagrado o que está sendo ungido, ou de que há de vir, espiritualmente, algo especial sobre o que foi ungido. Ou de que ainda esta unção trará uma bênção especial (espiritual, material ou financeira) sobre o ungido. Muitos tem ungido (derramando azeite) nas ruas da cidade para tirar alguma maldição que esteja sobre a cidade. Que valor tem isso? Nenhum!
Se no Velho Testamento a unção em si só não bastava, muito menos no Novo Testamento. Naquele, o óleo tipificava o Espírito Santo; neste, temos a atuação da Pessoa do Espírito Santo, e Ele atua através da Palavra (Jo. 16:8-11; Rm. 10:17), e nunca através de atos simbólicos ou misticimos; Ele veio para ficar no lugar de Jesus Cristo, pois Ele é da mesma espécie de Cristo (Jo. 14:16). Cristo foi cheio dEle, os crentes também o são; a autoridade e poder que Cristo tinha vinha pelo Espírito Santo, o mesmo poder e autoridade estão à disposição da Igreja na Pessoa do Espírito Santo (At. 1:8).
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Nova unção e práticas estranhas
Tem algumas práticas estranhas à Doutrina Bíblia que tornaram-se comum no meio evangélico, principalmente no pentecostal (procure saber da verdade por trás de tais práticas. Geralmente é financeira ou por fama pessoal. Não aceito como meninices, pois tem sido disseminada por homens conhecedores da Palavra).
Começaram por meio de inovações trazidas pelo neopentecostalismo e pelo pseudopentacostalismo. Até aí tudo bem. Não nasceram no meio do Pentecostalismo histórico. No entanto com o passar dos anos as coisas estão mudando e hoje muitas igrejas pentecostais históricas (tenho visto isso dentro da Assembléia de Deus a qual faço parte) estão aderindo aos modismos e práticas estranhas. Ungir (derramar azeite) no local onde supostamente fora ‘revelado’ algum tipo de doença; nas ruas; nas mãos para prosperar financeiramente; em objetos dentro de casa; em chaves de carro, da casa; carteira de trabalho; e tantas outras. São inumeráveis. Temos ainda: unção do leão; unção do riso; unção do cai-cai; unção de ousadia; unção de cura; unção da prosperidade; entre outras. Precisamos de tudo isto? Biblicamente, não!
Poderíamos perguntar: mas se dá certo, por que combater? Mas dá certo de que forma? As multidões justificam? Jesus tinha multidões que O seguiam; mas era por causa dos milagres e maravilhas (Jo. 6:26,27, 60,66). Jesus não estava preocupado se dava certo, mas com o que estava (é) certo. Falou-Lhes a verdade, então recuaram.
Os hinos mais ‘badalados’ tem a palavra poder ou unção ou fogo. Movimentam emocionalmente, mas não quebrantam o coração; há barulhos e gritos, mas não arrependimento; provocam alaridos, mas não louvores e adoração; as músicas são muito bem elaboradas (no ritmo) conforme a letra, precisa mexer com o povo, fazer 'descer fogo', mas não comportam um salmo, um hino ou cânticos espirituais (Ef. 5:19). Tomemos cuidado!
Ser certo significa estar em acordo com a Palavra. Passa pelo crivo doutrinário bíblico. Ser ou estar certo não significa estar de acordo com alguma tradição ou norma denominacional, ou baseado em alguma experiência pessoal, ter sido ‘revelado’ para alguma estrela gospel, ou ser a melhor intenção do obreiro, mas estar de acordo com a Palavra.
Saul teve as melhores intenções em guardar o melhor (segundo a sua visão e entendimento), queria sacrificar ao Senhor, mas pecou e foi rejeitado porque desobedeceu a ordem do Senhor (1 Sm. 15). A Palavra do Senhor não admitia tal procedimento e prática. A Bíblia diz que alguns fariseus, que haviam crido, estavam querendo introduzir na igreja práticas da lei. Eles podiam ter a melhor intenção possível, não queriam que a Lei fosse deixada de lado, mas não era compatível com a Nova Aliança; aí houve o Concílio de Jerusalém, e após, Paulo escreveu a carta aos Gálatas. Na igreja de Corinto Paulo teve que colocar as coisas em ordem. Eram espirituais, eram irmãos, eram chamados para ser santos, estavam cheios de dons, mas, no entanto faltava-lhes o verdadeiro discernimento da Palavra. Paulo teve que orientar, exortar, ensinar, repreender e instruí-los para que parassem com práticas que não coadnuvam com a Doutrina bíblica. Para eles eram coisas normais, mas estavam desprovidas de qualquer amparo bíblico.
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O perigo
A igreja pentecostal está dando ouvidos (e abrindo o coração) às 'novas revelações' e aos variados tipos de unção, porém sem conferir com a Palavra se as coisas são realmente assim, não julga todas as coisas pela Palavra. Se canta e movimenta, é bem vindo; se prega e ‘arrebata’ o público, é de Deus; se ajunta multidões, o Senhor está presente; se cai, é do Espírito; e assim as coisas estão indo. E a Palavra cada vez mais esquecida, e claro, o Espírito Santo, cada vez mais entristecido.
Os Apóstolos nunca usaram, e muito menos falaram, de novas unções, não se valeram de exibicionismos para atrair multidões. Nunca! As coisas aconteciam porque eles davam primazia à Palavra, e o mais o Espírito Santo fazia conforme Ele queria.
Esses movimentos que estão acontecendo nos dias de hoje, onde não há Palavra, não há pregação cristocêntrica; os hinos são voltados para o ‘eu’, estão enfraquecendo a igreja, deixando os crentes raquíticos espiritualmente, confusos.
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A solução
Urgi voltarmos à pregação bíblica, ao ensino bíblico, ao culto bíblico, à Escola Dominical biblicamente transparente e esclarecedora com respeito a estes movimentos e práticas estranhas.
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“[...] aconselho-te que de mim compres [...] colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas” (Ap. 32:18).
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Em Cristo,
Adriano Wink Fernandes


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[1] HORTON, Stanley M. O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. CPAD. 3 ed. 1994. Rio de Janeiro – RJ.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

FRASES E PRÁTICAS ESTRANHAS...

ALGUMAS FRASES E PRÁTICAS, NO MÍNIMO, ESTRANHAS, NO MEIO PENTECOSTAL.

"[...] MAS HÁ ALGUNS QUE VOS INQUIETAM, E QUEREM TRANSTORNAR O EVANGELHO DE CRISTO" GÁLATAS 1:7

- “Sapato de fogo” (para quê?)
- “Cajado de fogo” (para quê? O pastor do Salmo 23 não tinha este cajado).
- “Unção de Ester” (Não entendi).
- “Fogo líquido do céu” (Imagine só!).
- “Cirurgia do céu” (No mínimo, estranho).
- “Receba aí! Receba aí! Recebaaaaaaaaaaa... teu cabelo está crescendo!” (O Profeta Eliseu perdeu este culto - 2 Reis 2:23).
- “Estou sentindo uma bola de fogo neste lugar, tem uma bola de fogo rodando neste lugar. E na bola deste fogo está saindo raio de fogo (entendeu a frase?), e o raio de fogo vai te atingir” (Jamais quero estar num culto assim).
- “Satanás vai tirar a mão da tua família, empresa... porque Deus já arrumou um cordeiro para você!” Depois ele diz “Deus vai tirar a mão. Você precisa crer agora, por que nesta noite Deus vai colocar o cordeiro aí”. (afinal, quem vai tirar a mão? Satanás ou Deus?) (Precisa-se de outro cordeiro? - João 1:29; 1 Pedro 1:19; Apocalipse 5:6, 12).
- “Há poder em nossas palavras. Falou vira profecia. Isto é bíblico!” (A verdadeira profecia está, constantemente, sendo banalizada, e sem escrúpulo algum).
- Transferência: “transfiro os dons espirituais, o ministério, a unção que está na minha vida... receba” (Estão tirando a soberania do Espírito Santo - 1 Coríntios 12:11; Efésios 4:10,11. Para onde iremos?).
- “Consegui tocar em Morris Cerullo” (Quem disse esta frase estava ‘plantado’ em frente ao elevador esperando Morris Cerullo descer para tocá-lo. Após tocar ficou caído no chão (caiu no espírito?). Este é o que faz as transferências espirituais citadas acima). (Timóteo andou com Paulo, mas foi edificado ministerialmente pelo Espírito, a Palavra e a Oração. Era filho espiritual de Paulo, mas nunca disse ter ‘tocado’ em Paulo – leia Atos 16:1-18).

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Em Cristo,
Adriano Wink Fernandes