sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

PAZ, EM CRISTO TEMOS!

"Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar." Salmo 119.165


Todos anelam por paz! Isto é fato.
Mas para que anelam por paz? Por qual caminho buscam a paz?
Isto é questionável. Discutível. Passivo de ponderação.

Para o mundo (refiro-me ao pensamento, filosofia, ideologia, religião) estar em paz, ou desfrutar de paz, significa ausência de guerra, intrigas, perseguições, e outro qualquer tipo de violência. Isto é uma parte, e diria, muito mínima da paz. Essas coisas são frutos de quem tem paz. Biblicamente a paz transcende estas coisas.
Paz não é algo que deve ser discutido, tratado, analisado - por mais que seja sempre este o caminho tomado -, mas de se ter no coração.
O salmista falou de quem fala em paz, mas não a tem no coração. Esse é um problema muito sério, e basicamente é o que domina o mundo.

"Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que FALAM DE PAZ ao seu próximo, MAS TEM O MAL no seu coração." (Salmo 28.3 Cf. 35.20 - destaques meus)


Desde a queda do homem, a violência está sobre a terra. A falta de paz é produto da quebra de uma aliança, de um pacto (Salmo 55.20 cf. Isaías 48.18). O homem tinha uma aliança com Deus, mas foi bruscamente rompida pelo pecado. Desde então a paz deixou de estar em sua plenitude.
O pecado trouxe isto, e permanecerá até que Deus, segundo Seu plano, intervenha totalmente sobre a obra das Suas mãos:


"[...] segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas" (2 Pedro 3.13; Apocalipse 21.4).

PAZ PARA QUÊ?
A paz tem sido discutida através dos anos. Governos, empresas, organizações, igrejas, instituições a tem discutido. De tempo em tempo, ou dependendo dos acontecimentos, levantam-se movimentos e clamores por paz. As próprias guerras acontecem objetivando mais paz e segurança. Mas o tiro sempre sai pela culatra, e a violência toma proporções irreparáveis. As guerras em nome da paz fomentam o ódio, a rivalidade, a competição e a injustiça. As guerras são arquitetadas dentro dos palácios, como também dentro dos presídios, com os mais diversos propósitos, mas geralmente de domínio.


Paulo escrevendo a Timóteo diz:

"Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, PARA QUE tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador," (1 Timóteo 2.1-4 Cf. Rm. 13.1-7)


O texto paulino diz tudo o que precisamos para entendermos a paz.


Volto as perguntas do inicio do texto:
Mas para que anelam por paz? Por qual caminho buscamos paz?
Isto é questionável. Discutível. Passivo de ponderação.


A exortação de Paulo para orações e súplicas objetiva uma vida tranquila e sossegada. Por mais que o pecado tenha abundado e o deus deste século domine este mundo, e próprio homem esteja inclinado ao mal (Êxodo 32.22; Oséias 11.7; Salmo 14.1; 53.1; 2 Coríntios 4.4; João 3.19,20), Deus exorta o Seu povo a clamar a favor de uma vida tranquila. A Igreja de Cristo tem um papel fundamental com relação a promoção da paz.


O governo tem sua parte em todo este processo e deve ter como alvo promover a paz. Biblicamente, é dever governamental manter a ordem e a tranquilidade, inclusive, precisando, com o uso de 'espada'. Solando Portela escreve

"os governos, portanto, recebem de Deus o poder de utilizar “a espada”, ou seja, de utilizar a força física contra criminosos. Deus é pela dignidade da vida humana e, por isso, delega ao estado a preservação das vidas dos cidadãos, dando a ele poder sobre a dos criminosos. Cabe aos governos, através de suas cortes, se constituírem nos vingadores legais da sociedade contra o crime. Ninguém tem a aprovação, pela Palavra, em nossa sociedade, de fazer justiça pelas próprias mãos. Na sociedade, a autoridade recebida de Deus é exercida pelo governo civil. Sem dúvida, de acordo com o texto magno de Romanos 13.1-7, os governantes têm a obrigação primordial de zelar pela ordem civil."


Quem não deseja uma vida tranquila? É um desejo justo.
Mas há uma outra questão a ser pensada.
Para que queremos isso? Para andar em festas? Em orgias? Em prostituição? Em bebedeiras? Distante de Deus? Desprezando Sua vontade e vivendo totalmente alienado dEle?
Vivemos o tempo em que o homem está tão centrado em si mesmo e nos seus desejos, que deliberadamente tem ignorado Deus.
A busca desenfreada pelo prazer - deleites, cobiças, adultério, prostituição - e a autopromoção - hedonismo - são propulsores da violência crescente em nossa sociedade, e resulta em violência, guerra, inveja, morte, infidelidade, inimizades - Tiago e Naum abordam esta questão (Tiago 4.1-3 cf. Naum 3.1-4).
O direito a quem tem, tem sido negado; a busca pelo ter e ter, tem feito a corrupção tomar proporções alarmantes; o poder e o dinheiro tem sido usado para manipular em favores pessoais; a desintegração familiar tem gerado pessoas problemáticas, carregadas de ódio, desejosas de justiça com as próprias mãos; a inversão de valores está sendo institucionalizada. Estas, somadas a muitas outras, tem multiplicado a violência (Habacuque 1.4).
Isaías escreveu que quando o direito é pervertido a povo se corrompe (Isaías 5.23; 10.2; 59.14,15). Estas coisas são resultados de uma sociedade cada vez mais alienada de Deus. E talvez, pior, INDIFERENTE para com Deus.
Paulo fala do objetivo: orar, suplicar PARA uma vida tranquila e sossegada em toda piedade e honestidade. Aqui temos a graça comum que Deus deseja derramar sobre a sociedade como um todo, é


"porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos" (Mateus 5.45).

Paulo segue dizendo que isto é agradável diante de Deus, ou seja, Deus se agrada, se compraz, se exulta diante da promoção da piedade e honestidade. Mas quando o que está em voga é o eu, o meu prazer, a minha satisfação, torna-se repugnante para Deus. Deus não compactua com esse tipo de atitude, de anseios egoístas (Provérbios 1.10-19 Cf. 6.16,18; Lucas 6:31).


"Pelo que o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar." (Isaías 59.14)


Antes de Noé construir a arca, Deus lhe disse que o homem corrompera todo o seu caminho diante de Deus, dando lugar à violência e à corrupção (Gênesis 6.11-13).
Portanto, quando o prazer pessoal torna-se um objetivo a qualquer custo, a violência é o fruto gerado por isso (Salmo 36.1-4 Cf. Isaías 32.6,7).


A PAZ É UMA QUESTÃO DE OBEDIÊNCIA A DEUS

"Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à insensatez." (Salmo 85.8 Cf. 2 Pedro 1.2)

Abraão, apesar de todos os infortúnios vividos, uns por sua culpa, outros pelas circunstâncias, andou - modo de vida - em paz (Gênesis 15.15); Faraó foi alvo da paz diante da Palavra do Senhor na boca de José, apesar das dificuldades previstas com os anos de fome que viriam (Gênesis 41.16); Ana obteve paz após ter a certeza da oração respondida (1 Samuel 1.17); num dos salmos lemos que, apesar de dificuldades, Deus dá livramento em paz (Salmo 55.18). O Senhor é Deus que estabelece a paz (Salmo 147.14 Cf. Isaías 26.12). A igreja, em seu nascedouro, apesar das perseguições, tinha muita paz e se multiplicava (Atos 9.31 Cf. Filipenses 4.7; Colossenses 3.15). Paz e justiça devem andar juntas (Tiago 3.18 cf. Isaías 32.8)
Há muitas passagens, mas estas bastam para mostrar que a paz é uma questão de estar de acordo com a vontade de Deus. Em obediência à Sua Palavra: MUITA PAZ tem os que amam a tua lei!


Sei que em nome de Deus e do cristianismo muita guerra tem acontecido. Mas esse nunca foi e não é o propósito de Deus. A ignorância (muitas vezes deliberada) tem sido a causa destas guerras em nome de Deus.
Uma rápida olhada na história do cristianismo mostra que a igreja teve paz em meio as mais variadas e violentas atrocidades contra os fieis. No entanto, nunca revidaram com a mesma moeda (Romanos 12.17; 1 Tessalonicenses 5.15; 1 Pedro 3.9). Pelo contrário, promoveram a paz, isso porque tinham paz com Deus.
Quando o homem ouve as palavras de Deus e não volta seu coração à insensatez, o resultado que se tem é paz.
O desejo por uma vida de piedade e honestidade, leva o homem a semear para tal. Os governos tem falhado, e muito, no seu papel como promotor e sustendador da paz. Talvez pela ganância por tantas coisas e pelo poder. Perdeu-se o alvo! Mas há uma esperança.


Pedro nos deixa um conselho sábio:

"Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano; aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atento à sua súplica; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. (1 Pedro 3,10-12)


O Senhor ama atitudes nobres da parte do homem, e incentiva para que as tenha: amar a vida, não usar de engano, não falar aleivosamente, apartar-se do mal, buscar e seguir a paz.
O principio basilar para a paz é voltar-se para Deus, e a Sua Palavra, por meio de Cristo:


[...] porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus." (Colossenses 1.19-20)


Em Cristo está tudo o que precisamos para vivermos em paz. Lamentavelmente a sociedade distancia-se cada vez desta Palavra!

"Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz." (Tiago 3.18)


Que Deus nos ajude!
Amém!
Adriano Wink Fernandes


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

NEM DEUS REMOVE CERTOS ESPINHOS!

“Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” - 2ª Coríntios 12:8-9


Há momentos, como hoje, que nos sentimos mergulhados em tristeza e contemplação mórbida. As incertezas nos assaltam de uma forma tão pesada que nos sentimos em situação de abandono e vazio intenso – coisas que se repetem de tempo em tempo: “Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim”.


Pode um cristão estar assim? Muitos diriam que não. Mas... pode!


O clamor de Paulo mostra que a vida nos reserva circunstâncias desagradáveis, e que muitas vezes lutamos à exaustão para vencermos espinhos que nos ferem constantemente, e por incrível que pareça, nem o próprio Deus os remove. Pelo contrário, permite que nos firam continuamente, e a única coisa que Ele bondosamente faz é derramar sobre o crente da Sua GRAÇA. Somente Deus consegue trabalhar com fraquezas, debilidades, pusilanimidades, desânimos, e através destes, aperfeiçoar nossas vidas, fazendo com que o poder de Cristo repouse sobre nós em muita fraqueza! A nós, resta ter boa vontade em gloriar-se nas fraquezas!

Adriano Fernandes

terça-feira, 27 de novembro de 2012

FÉ. O FIRME FUNDAMENTO!

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram formados pela Palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê. Pela fé Abel ofereceu mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo [...]" - Hebreus 11.1-4

Quando nos aproximamos de Deus somente como um solucionador de problemas (isso está tão comum nos dias de hoje), entendemos que a fé é a mola propulsora para alcançarmos o que queremos e/ou necessitamos, precisando somente ter fé o suficiente para o que queremos.
Mas, no entanto, não entendemos o verdadeiro propósito da fé.


A fé bíblica, verdadeira, fundamenta-se em Cristo - o autor e sustentador (Hb. 12.2) - e por meio dela somos salvos (Efésios 2.8).


Muitos, como hoje, no tempo ministerial de Jesus, entendiam e buscavam, por meio da fé, alcançarem o que almejassem: curas, milagres, soluções econômicas, etc. Jesus até os repreendeu, não por não entenderem, mas muito mais por não buscarem a compreensão da verdadeira fé (Jo. 6.60); do compromisso que estava acima de qualquer sentimento ou de meras emoções sensoriais, ou conquistas pessoais.
O autor aos Hebreus nos mostra, reportando-se aos irmãos no Antigo Testamento, a fé como o fundamento onde descansa toda a vida com Deus. Ele descortina para nós uma cosmovisão bíblica de fé. Partindo de Deus e Sua obra; abordando os elementos necessários para uma vida de piedade; e para onde aponta a esperança de salvo.

I. A FÉ É O FIRME FUNDAMENTO


Fundamento: Isso é de imensurável importância.

Após ser colocado, o fundamento não pode ser mais movido. Ninguém modifica, aperfeiçoa, faz reparos em fundamento algum. Quantas construções que estão embargadas devido ao fundamento mal feito; quantas obras da engenharia vieram abaixo porque o fundamento não tinha suficiência para suportar tanto a obra quanto os solavancos naturais sobre o terreno. As pontes são construídas sob fundamentos muito bem elaborados.


O fundamento define o quanto pode ser edificado sobre ele, ou seja, o tamanho da obra deve estar em compatibilidade com seu fundamento.


Assim é a fé. A verdadeira FÉ É O FIRME FUNDAMENTO. E é sobre este fundamento que se constrói toda a vida com Deus. Este fundamento é inabalável. Não muda conforme as ocasiões. Não está a mercê das circunstâncias sociais, culturais, espirituais do mundo. Não precisa ser reavaliado de tempo em tempo. Não depende de novas descobertas no campo das ciências. Nunca será obsoleto. Este fundamento não depende de novas revelações no campo teológico (muitas inovações com relação a fé tem surgido por causa de [supostas] novas revelações). Este fundamento é aquilo que Deus diz, está revelado nas sagradas Escrituras, é sustentado por Ele!


A fé está sendo banalizada hoje. Não se entende mais de um modo bíblico como deve ser. A fé para muitos, hoje, é como um amuleto para conseguir uma diversidade de coisas, ou seja, tudo que eu quero, posso ter a fé como meio para conquistar. Digo, e tenho; declaro, e aparece; penso positivo constantemente, e elimino o mau, o problema. Esse tipo de fé está no eu e não em Deus: quem tem bastante fé consegue mais, e mais rápido, dos que tem pouca fé. Os que melhor sabem manipular o poder da Palavra da fé terão melhores resultados quando 'usam' a fé.


Mas, felizmente, as coisas não são assim. Deus é muito mais excelso, mais sublime em Seus propósitos. A fé como fundamento não está à parte da verdade revelada de Deus. Pelo contrário, sustenta-se no que Deus diz, não dependendo do homem.


II. COISAS QUE SE ESPERAM, E PROVA DO QUE NÃO SE VÊ


O substantivo 'coisas' deve ser analisado à luz do texto em apreço, como também de toda a Bíblia. Aqui temos três coisas: TESTEMUNHO, ENTENDIMENTO e JUSTIÇA. Vejamos!

A) O autor nos diz que a fé é necessária para obter a APROVAÇÃO (bom testemunho): "ALCANÇARAM BOM TESTEMUNHO". Mas aprovação do quê e de quem? Alcançaram a aprovação da fidelidade que tiveram para com Deus, obtendo a aprovação do próprio Deus com relação a vida vivida por fé na Palavra dEle. Eles não tiveram uma pré-aprovação, pelo contrário, eles viveram por fé naquilo que Deus lhes falara, e dessa forma caminharam, crendo, mesmo que sob fortes adversidades, de que Deus era fiel para suster tudo. Eles, através da fé, creram tanto na existência de Deus como no galardão dEle (Hebreus 11.6 Cf. v. 27).


Agora pense comigo: qual a aprovação que obtiveram? Que galardão receberam? Analise cada um dos que fazem parte deste capitulo (lembre que a lista aqui não é exaustiva - veja os vv. 32-34) e verá que todos eles batalharam, muitos deles selando com o próprio sangue a fé vivida. Nenhum deles teve uma aprovação terrena que resultou em algum galardão terreno para ser gozado por aqui mesmo. Nunca buscaram aprovação de homens, pelo contrário, através das suas vidas desejavam glorificar a Deus em tudo. A aprovação que receberam foi de que a fé deles estava depositada na verdade e o galardão obtido foi o descanso eterno com o Deus de toda promessa (Hebreus 11.13-16 Cf. Apocalipse 12.11).


Independentemente do que alcançamos aqui, ou se obtemos ou não algum bem, a fé visa a vida na eternidade com o autor e consumador dela, visto estar sustentada na Palavra que Deus diz.


B) O escritor mostra que a fé é necessária para crermos e entendermos a criação e sustentação do mundo em que estamos, como também do universo como um todo. Isso é muito importante.


Aqui nos é mostrado que a fé é para dar ENTENDIMENTO sobre as obras de Deus. Aqui entendemos (compreensão clara, convincente, sem possibilidades de erros ou enganos, independentes de outras provas) que pelo poder da Sua Palavra, Deus criou tudo: a terra com tudo o que há, e o universo infinito. No dizer paulino "TUDO foi criado por Ele" (Cl. 1.16).


O livro de Gênesis em seus dois primeiros capítulos oferece "um conhecimento verídico sobre a origem do universo e da vida", apresenta "uma narrativa histórica fiel e verdadeira" [1]. Precisamos de fé para aceitarmos que aí temos a verdade de Deus sobre as obras das Suas mãos. Hoje temos muitas descobertas cientificas que mostram a veracidade das narrativas bíblicas. A medida que a ciência avança, muitas outras teremos, no entanto nunca dependeremos delas para crer, pois a FÉ É A PROVA DO QUE NÃO SE VÊ!


O cristão não depende de descobertas científicas para crer no que a Bíblia diz. Ele crê porque a Bíblia é a verdade de Deus para o homem! Toda a Bíblia É VERDADE! Toda a palavra de Deus é para o bem.


Portanto a fé é tanto o FUNDAMENTO, como a PROVA.

C) Pela fé também somos justificados.


"PELO QUAL ALCANÇOU TESTEMUNHO DE QUE ERA JUSTO"


Spurgeon diz que "a fé se compraz quando vê o Senhor, que veio sob a Lei, oferecendo-se como perfeita expiação e fazendo uma completa vindicação da justiça divina pelo Seu sofrimento e morte. A fé se encontra na pessoa, vida e morte do Senhor Jesus como a sua única esperança - e na justiça de Cristo ela se sustém. Ela grita ― O castigo que me traz a paz estava sobre Ele e pelas Suas pisaduras fui curado".

Podemos ter fé para tantas coisas. Mas se não entendermos que devemos depositar nossa fé na obra expiatória de Cristo, para salvação, está tudo perdido. Paulo disse que se acreditamos em Cristo somente para esta vida, somos os mais indignos de todos os homens (1 Co. 15.19).


Não vale a pena ter tudo na vida, mesmo que se diga constantemente que foi Deus que deu, se não aceitarmos, pela fé, a obra da salvação por meio de Cristo.


O capitulo 11 de Hebreus aborda a fé como fundamento para todas as questões da vida, e em nenhum momento deixa de lado a centralidade de Cristo para execução do plano de Deus para humanidade.


Abel recebeu testemunho de que era justo; Noé foi herdeiro da justiça; Abraão recebeu as promessas por meio da fé; Moisés viu o invisível; uns desejaram uma melhor ressurreição, etc. Todos esperavam uma pátria melhor! Todos não foram vitoriosos por esforços próprios, nem alcançaram a eternidade porque tiveram muita fé. Não temos referência direta ao nome de Cristo, mas extraímos dali referências à obra expiatória dEle. Ninguém consegue justiça por si só, nas cartas paulinas temos o entendimento mais amplo sobre a justiça de Deus por meio de Cristo (Rm. 3.22,25; 1 Co. 1.30; Fp. 3.9 - os textos são muitos).


Por que tens tu fé? Para que serve a tua fé? O que tens feito com a fé recebida? Como tens procurado aumentar a tua fé? Poderia fazer muitas outras questões, mas essas bastam.


Somos incentivados todos os dias a termos mais fé, a acreditarmos que a vitória virá, não abandonarmos nossos sonhos, etc. Tudo isso é bom, mas pode esvair-se diante da falta de algumas respostas, quando achamos que fizemos tudo certinho e empreendemos tanta fé, porém na alcançamos o desejado. A fé pode desvanecer por completo num momento destes - "Se a vida do crente tem por fundamento qualquer coisa que não seja a verdadeira fé, ela desmorona já na primeira intempérie." [2]


Por isso meu objetivo neste texto foi chamar vossa atenção para a fé que se fundamenta na Palavra de Deus. Meu desejo é pensar com mais profundidade na obra de Deus por meio de Cristo e o quão importante e indispensável é nos estimularmos a uma fé viva, bíblica, centrada em Cristo, sustentada pela Palavra do Seu poder. Uma fé que não depende das circunstâncias externas, e que não está amparada em nós (no grau de fé que possuímos), mas está sustentada em toda a Palavra de Deus! Pense nisso!


Em Cristo, O Eterno!

Adriano Fernandes


[1] LOURENÇO, Adauto. Gênesis 1 & 2. Editora Fiel.
[2] DANIEL, Silas. Habacuque. CPAD.







terça-feira, 20 de novembro de 2012

O SANGUE DE JESUS

Uma abordagem sucinta sobre o sangue no Velho e Novo Testamentos. E a análise bíblica de expressões extra-bíblicas relacionadas ao sangue de Jesus.


O SANGUE NO VELHO TESTAMENTO


O sangue, desde o Velho Testamento, é derramado para purificação de pecados. Deus sacrificou um animal para com a pele deste cobrir a nudez revelada de Adão e Eva por causa do pecado (Gênesis 3.21); colocar o sangue nos umbrais das portas no Egito tinha a ver com o livramento de Deus para que o juízo de Deus não recaísse sobre eles. Paulo mais tarde fala que Cristo é a nossa Páscoa que derramou o seu sangue por nós - o sangue nos umbrais marcava toda a família como protegidos, ou seja, não havia necessidade de juízo por pecado (Êxodo 12), mas deviam permanecer dentro da casa. Havendo sangue na porta, o anjo passaria por cima.


Na jornada de Israel pelo deserto Deus ordena a construção do Tabernáculo. Todos os sacrifícios com derramamento de sangue apontavam para perdão de pecados e vida santa. Primeiramente era oferecido um animal sem defeito para purificação dos pecados do ofertante. Havia oferta de cereais para louvor e adoração, como também de sacrifícios de louvor com derramamento de sangue (isso pode ser visto, também, nos altares erigidos a Deus pelos patriarcas). Mas não havia remissão de pecados sem o derramamento do sangue de algum animal previamente determinado.


Davi desejou ser purificado com hissopo - (Sl 51.7) - instrumento de borrifar que fazia propiciação da ira divina (Êxodo 12.12,22,23). O hissopo não tem poder por si só, não era algum tipo de amuleto. Era usada sempre embebido em água ou sangue, dependia da finalidade. No caso de pecado era embebido no sangue. Não adiantava ter um maço de hissopo em lugar estratégico na casa para purificação ou livramento. Isaías 53 aborda a obra de Cristo sem fazer referência ao sangue. Mas no entanto o texto deixa claro que ele foi moído, esmagado, e que levou sobre Si o pecado de muitos - tudo isso mostra a necessidade de derramamento sangue.


O SANGUE NO NOVO TESTAMENTO

"Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus." (Hebreus 10.19)


"[...] eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas." (1 Pedro 1.2)


"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado." (1 João 1.7)

Os três textos acima trazem a expressão 'o sangue de Jesus'. É claro que no Velho Testamento não temos tal expressão. Mas aponta para ela (Lucas 24.44-49; Romanos 8.3-4; Hebreus 9.22; 10.1,10; Apocalipse 13,8).


O escritor aos Hebreus aborda o poder do sangue de Jesus para dar entrada ao lugar santíssimo, lugar da presença de Deus. Isto, no Velho Testamento, só era possível unicamente pelo Sacerdote, que uma vez no ano entrava no Lugar Santíssimo no Tabernáculo após o ritual de purificação (Hebreus 9.25). Porém hoje isso é possível para todo aquele que fora purificado dos seus pecados pelo sangue de Jesus: "[...] ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus" - não há mais intermediário humano, pois Cristo, com Sua morte, rasgou o véu (Mateus 27.51 Cf. Efésios 2.18; 3.12).


Pedro e João abordam a singularidade do sangue de Jesus para o correto relacionamento de santidade com Deus. David H. Wheaton diz que a "'aspersão do sangue de Jesus Cristo' tem a idéia da obtenção dos benefícios da morte de Cristo, de compartilhamento das bênçãos da nova aliança (Cf. Êxodo 24.3-8 com Marcos 14.24), e da purificação regular diária de que todos nós precisamos durante a nossa jornada por esta vida (1 João 1.7-9)." (Comentário Bíblico Vida Nova)


O Apóstolo Pedro mostra a virtude indispensável do sangue de Jesus para a concretização da eleição do cristão, da santificação e para o viver em obediência diante de Deus. João enfatiza o poder contínuo do sangue de Jesus para purificação de todo o pecado. Andando na luz temos comunhão e o sangue de Jesus nos purifica - isso deve ser visto como ato contínuo - [continuamente] de todo pecado.


JARGÕES E DITOS


Todas as referências bíblicas relacionadas ao sangue abordam a purificação de pecados e a vida de santidade, consagração a Deus. Não há referência que o sangue de Jesus pode ser 'usado' para outro fim.


Há crenças e expressões que foram sendo incorporadas na prática cristã (principalmente no meio pentecostal) que deveriam ser repensadas à luz da Palavra, e eliminadas.
A expressão 'só o sangue' está bastante em voga nos nossos dias, mas deveria ser deixada de usar, visto que na maioria das vezes é usada impensadamente, sem critério algum, e muito menos com objetivo algum. Exorcizar (ou expulsar) demônios pelo sangue, também não encontra apoio e respaldo bíblico-teológico - nem Jesus nem os Apóstolos fizeram isso -. Para expulsar demônios precisamos somente da autoridade no Nome de Jesus.


O sangue de Jesus também não é para cura física. Para isto temos a recomendação bíblica da unção com óleo aliada à oração em nome de Jesus (Tiago 5.14 - a ênfase está no Nome de Jesus) e também os dons de cura operados pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12.9,11).


Por descuido, desconhecimento e relaxamento para entender o que a Palavra de Deus diz, ou por não querer se opor contra a tradição entrando em choque com irmãos mais 'espirituais e experientes', muitos crentes incorporam na sua crença jargões, ditos, mas que na verdade, não tem nenhum respaldo bíblico, portanto não tem efeito, são sem valor, e nada acrescentam a fé e à maturidade espiritual.


Para dúvidas, sugestões e esclarecimentos poste seu comentário.

Em Cristo
Adriano Fernandes



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O CRISTÃO


O cristão não é e não pode ser uma pessoa comum. Quero dizer com isto que o cristão tem suas características a partir de uma vida transformada pela imensurável graça de Deus. O Novo Nascimento é essencial, é o ponto inicial, para se ter a natureza de Cristo.
O cristão não é uma pessoa melhorada; não é alguém que num momento da vida se deu conta que podia melhorar aspectos do caráter e da personalidade, esforçou-se para tal, e atingiu um nível acima da média.
É comum nos dias de hoje ouvirmos a partir de muitos púlpitos a exaltação da pessoa; e por ser tão corriqueira estas exposições acaba-se por deixar de lado a condição de pecado e a necessidade de uma vida transformada pelo poder do Evangelho. Mas a verdade é que não existe características cristãs no homem sem que primeiro ele tenha sido vivificado pelo poder vivificador do Evangelho.


Paulo diz que por meio da graça o homem é "[...] feitura sua [de Cristo], criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.10).
Paulo fala que o homem sem Deus está (espiritualmente) morto em delitos e pecados (Efésiso 2:1,5; Colossenses 2.13). A definição para delito é: "Crime, fato voluntário punível pela lei penal. Qualquer fato ofensivo às leis ou aos preceitos da moral."
O homem é moralmente caído, cheio de ofensas e sem a glória de Deus (Romanos 3.23).
Portanto para se ter um caráter cristão é preciso ser uma nova criatura. Isso é obra de Deus, operada pelo Espírito Santo. Não é possível por outro meio qualquer (Salmo 119.93; João 3.5; João 16.8; 2 Coríntios 5.17; 1 Pedro 1.3).
Temos na Palavra de Deus expressões tanto positivas quanto negativas que descrevem o caráter do crente. Jesus, no Sermão do Monte, começa descrevendo como "humilde de espírito", isto é, vazio de si mesmo, ao aproximar-se da luz reconhece sua posição de pecador e necessitado da graça salvadora; vive uma vida de arrependido, ou seja, o pecado não lhe domina mais; tem atitudes que externam a transformação interior, por isso: não mente, não rouba, não difama, não vive em orgias e dissoluções, não se prostitui, não anda em confusões - esses são alguns nãos sobre as características de um homem transformado - vivendo como cristão.
Mas o homem não torna-se cristão por cumprir estes nãos. de forma alguma. Ele é capaz de cumprí-los por ser cristão. A partir da transformação pelo poder do Evangelho é que começa a viver na dependência da ação do Espírito Santo para ser moldado dia-a-dia ao propósito do Eterno.
Em Romanos 12 Paulo exorta a buscar o renovo da mente. A estagnação, a indiferença, o relaxamento com a vida para com Deus pode levar a sérias consequências negativas. Paulo disse: "Rogo-vos pois, irmãos pela compaixão de Deus, que [...] não vos conformeis com este mundo".
Podemos nos conformar a palavras, procedimentos, circunstâncias, entre outras. O sistema do mundo é incompatível com o caráter cristão. Na há conformação entre a cosmovisão cristã e outra cosmovisão qualquer. À igreja de corinto Paulo escreve repreendo-os que as ações deles não caracterizavam um cristão, mas um carnal; aos Gálatas escreve que as obras da carne sufocam o fruto do Espírito, e isso pode levar a sérias consequências como características provocativas e invejosas - características de quem não crucificou a carnes com suas paixões e concupiscências (Gálatas 5.24-26).
Segue o versículo: "[...] mas transformai-vos pela renovação da vossa mente". O cristão deve ter uma atitude positiva com relação a Palavra de Deus. Aqui Paulo diz que o cristão deve transformar-se. Mas o que significa isso? Se olharmos em termos de literatura diríamos que estamos em vantagem aos cristãos destinatários da carta. Pois nunca houve tanta literatura falando sobre o potencial humano como temos hoje. Mas Paulo não está abordando aqui a auto-ajuda, o potencial puramente humano.
Paulo aborda aqui a renovação a partir da perspectiva divina: "PELA compaixão de Deus", isto é, a partir de Deus é que nos renovamos. Ele é a fonte, sem Ele é impossível. Dele vem os recursos necessários possíveis para se viver dessa forma.
A falta de renovo pode distanciar o crente das verdadeiras características que o identificam como um crente em Jesus. Não sejamos mórbidos, letárgicos com relação a vida no temor de Deus. Pelo contrario, vivamos a vida com Cristo prosseguindo para o alvo (Filipenses 3.12ss).

Em Cristo,

Adriano Fernandes

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

MUITAS SÃO AS AFLIÇÕES DO JUSTO


"Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" - João 16:33
"Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o livra" - Salmos 34:19

Uma das coisas mais naturais na vida do crente é a aflição. Não há nenhuma garantia bíblica que nos dê a prerrogativa de que o crente será livre de turbulências, aflições, lutas e até perplexidades.
Nos textos acima temos a declaração de Jesus sobre a presença de tribulações, e uma declaração de Davi (quando fugia de Saul e buscava refugio com o rei filisteu de Gate). Davi foi mais trágico, pois disse: MUITAS são as AFLIÇÕES.
Vivemos rodeado de circunstâncias que nos causam dor, sofrimento, tristezas, aflições e tribulações. Ninguém está livre disso. O próprio Jesus passou por estes íngremes caminhos (Hebreus 2.17-18).
Uma das maiores lutas de todo o ser humano está relacionada com o futuro. Aí reside uma raiz difícil de ser eliminada. Desde que o ser humano começa a ter consciência do tempo e das responsabilidades começa a preocupar-se com o futuro.
Porém o crente em Jesus não deve deixar-se ser levado por tamanha preocupação. Sua confiança em Deus deve-lhe por em posição de segurança confiante nAquele que pode todas as coisas.
O máximo que podemos fazer é cuidarmos, em parte, do 'agora'. Dessa forma é importante fazermos como fez Moisés - ensina-nos a contar os nossos dias - este é um bom exercício de fé e dependência em Deus: nós na posição de discípulos - sendo ensinados - e Ele na posição de Senhor e Mestre. Com Ele aprendemos corretamente.
Jesus no versículo acima diz que devemos ter bom ânimo diante das tribulações. Esse bom ânimo é advindo da paz que Ele proporciona e da vitória que Ele teve sobre o mundo. Portanto devemos estar constantemente atentos ao que Ele disse e ao que Ele fez. Todas as coisas são sustentadas nEle.
Davi disse, em outras Palavras, que não faltariam aflições: ao ateu? Ao ímpio? Ao desprezível? Ao que ignora Deus? Ao iracundo? Não! Não! Não!
Davi disse que O JUSTO teria MUITAS AFLIÇÕES! E pronto. Está em Cristo? Vive no temor de Deus? Está vivendo em retidão e comprometido com a mesma? Espere aflições. Elas certamente virão!
Mas não se desespere, Deus está contigo: Davi disse que o Senhor livra, preserva, supri as nossas necessidades, e se oferece a Si mesmo como refúgio!

Com Ele estamos seguros! Descanse em meio ao mar revolto!



quinta-feira, 8 de março de 2012

NOVAS IGREJAS!


No post anterior escrevi sobre (auto) obreiros e suas igrejas.

Não sou contra abrir uma igreja, mas que não seja mais uma entre tantas. A maior necessidade hoje não é de novas igrejas e/ou ministérios, mas do retorno à Palavra – o fundamento inabalável da fé e da vida cristã.
Sair de uma igreja com a premissa de que se não tiver sua própria igreja “chegará de mãos vazias diante de Deus”, é um argumento que por si só não se sustenta; demonstra falta de maturidade espiritual, conhecimento bíblico e conhecimento de Deus. Vejamos: se isso for verdadeiro, cada crente seria seu próprio obreiro, teria sua própria igreja, pois pela colocação é necessário um cargo eclesiástico para se fazer algo para Deus. Não há respaldo bíblico, teológico e nem histórico para tal argumento (Leia 1ª Coríntios 12).
O que me admira também é o nome das igrejas. Como é fácil usar vocábulos que acenam para além das fronteiras:internacional, mundial, universal; ou ‘impactantes’ como poder, unção, visão, etc. Os nomes são muitos. Uma igreja que no máximo o vizinho sabe que existe, leva o nome de internacional? Em pouco tempo teremos a igreja global.., ou cósmica... Qual o significado disso? A falta de sensatez é muito grande!
Veja o nome de algumas igrejas por esse Brasil: Igreja da Água Abençoada, Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta, Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo, Igreja Dekanthalabassi.
A maioria das igrejas que tem surgido seguem o padrão – tanto doutrinário quanto prático – de onde veio o obreiro. Por mais que reclamam do antigo rebanho, ‘do pastor que estava fora da direção de Deus’, e de ouras coisas. Mas no âmago da questão seguem as mesmas práticas, e na maioria das vezes acrescentam alguma coisa, mas pior do que tinham como já ruim de onde vieram. É só vermos o aumento do neopentecostalismo que cresce como erva daninha no campo.
Mas temos outro sério problema, e no meu tender este é o mais grave: é o nível de conhecimento bíblico de muitos destes que colocam suas igrejas; segue-se a isso a espiritualidade dos mesmos. Paulo foi muito claro com relação às qualidades – espirituais, morais, éticas – do obreiro. Disse ele: “Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. É necessário, portanto...” (1ª Timóteo 3:1,2 – leia todo o capítulo). Sobre isso falaremos no próximo post.
Em Cristo
Adriano Fernandes

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

AUTO-OBREIRO, SEUS MOTIVOS E SUAS IGREJAS


Abrir uma igreja [1] tornou-se algo trivial (não há seriedade bíblica, teológica, doutrinária, e nem ética), por isso temos tantos templos, e poucas Igrejas no sentido bíblico. Hoje há igrejas para tantos gostos (ou desgostos) quanto possíveis.
Caso 1: um auto-obreiro [2] abriu uma igreja justificando que se não fizesse isso, chegará perante Deus de mãos vazias. Portanto uniu-se a outro auto-obreiro e decidiram abrir um ministério próprio. Um irmão de probidade me contou, que um desses auto-obreiros (casado, com família) foi dar uma ‘cantada’ em sua cunhada que a pouco havia sofrido um processo de separação conjugal.
Caso 2: após chegar a sua nova congregação, um pastor apanhou a lista de membros a fim de empreender algumas visitas, pois desejava conhecer seu novo rebanho. Na primeira casa que chega vê umas cadeiras colocadas como que para uma reunião. Apresenta-se ao membro, diz o porquê da sua visita, e é surpreendido com a ovelha que confessa não ser mais ovelha, mas agora é auto-obreiro (pastor), fundou sua igreja, e não é pouca coisa não, pois é igreja internacional... (não da graça).
Caso 3: um querido obreiro ao despedir-se da sua congregação nota a falta de um casal de irmãos e seus filhos. Liga aos mesmos, e tem a surpresa ao saber que eles não faziam mais parte da congregação, mas abriram uma igreja. Depois de congregar em uma seita; ir para uma dessas igrejas onde até anticoncepcional é pecado; congregarem em uma igreja histórica; por fim sentiram a necessidade da obra e montaram seu próprio ministério. O irmão que se despediu comentava comigo, que os socorrera várias vezes (o que fiz também), inclusive com valores para conseguir pagar o transporte urbano. Como irão agora manter uma igreja com aluguel, despesas de luz, água, etc.?
Faça suas considerações!
[1] O que relato são fatos (realmente) reais.
[2] Refiro-me a (autointitulados) pastores, apóstolos, evangelistas, missionários, patriarcas.