No Salmo 19 Davi exalta a grandeza da revelação de Deus naquilo que Ele criou – as obras da Suas mãos; o firmamento. Deus faz ouvir Sua voz nas suas obras (v. 4). Mas Davi ressalta, também, a importância da Palavra de Deus, descrita aqui como lei, testemunho, preceitos, mandamento e juízos. E por fim Davi contrasta a sua vida com a verdade de Deus. Veremos como podemos e devemos agradar ao Senhor.
As verdades emanadas do versículo 14 deste Salmo nos ajudarão a viver mais em conformidade com o Senhor, agradando-Lhe sempre.
I. “As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis, na Tua presença Senhor”
a) O cristão dever ter palavras agradáveis.
No Salmo 139:4 lemos que o Senhor conhece a palavra antes que ela chegue à boca. O Salmo 19 exalta a grandeza da Palavra do Senhor, e isso leva o cristão admirar a pureza da Palavra (v. 8b) e por ela ser orientado. Quando falamos palavras agradáveis o Senhor é glorificado, os que estão a nossa volta são edificados. Paulo exortou aos crentes de Éfeso: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação [...]” (Ef. 4:29). Palavras agradáveis tem dupla função: Agradam ao Senhor e edificam os que as ouvem!
a) O cristão dever ter meditação agradável.
A arte de meditar está sendo esquecida no meio cristão. Não é mais uma prática como vista nas Escrituras. As muitas distrações e possibilidades de passatempos variados tem tirado o interesse e a alegria de meditar na Palavra de Deus. Infelizmente!
J. I. Packer em sua obra O Conhecimento de Deus, diz que “meditação é o ato de trazer à mente várias coisas conhecidas sobre os procedimentos, as peculiaridades, os propósitos e as promessas de Deus; pensar, deter-se nelas e aplicá-las à própria vida” (p. 25).
A meditação não se dá de forma alguma dissociada do próprio Deus. Veja que Davi diz “na Tua presença, Senhor”. Quando meditamos apresentamos nosso pensamento a Deus, e auxiliados por Ele entramos em comunhão com Deus. A meditação cristã é totalmente diferente de qualquer tipo de meditação secular (Meditação Transcendental, Zen-Busdismo, Yoga, entre outras), por isso, incomparável! Enquanto essas meditações conduzem e proclamam uma auto-independência, a meditação na Palavra de Deus leva o homem ao reconhecimento de quem é e de como precisa de Deus, ou seja, a Verdade de Deus produz impacto em seu coração, fazendo-o se conformar ao querer de Deus: “Também o teu servo é advertido por meio deles” (v. 11; cf. Rm. 12:2).
O cristão quando medita tem como base a Palavra de Deus, no v. 10 referindo-se à Palavra, Davi diz: “são mais desejáveis que o ouro [...] mais doce do que o mel que goteja dos favos”.
Na meditação todo o pensamento e imaginação do homem são confrontados com a Palavra, e o objetivo é entrar no padrão da Palavra. A meditação do cristão leva-o a reconhecer sua fragilidade e quanto precisa de Deus. A meditação que agrada ao Senhor reconhece-O como Senhor e Salvador pessoal.
Em seu Comentário Bíblico, Matthew Henry, diz: “Meditar na Palavra de Deus é discorrer acerca das grandes questões nelas contidas, com uma íntima aplicação da mente e da concentração no pensar” (p. 388).
c) Na Tua presença Senhor.
Estar na presença do Senhor é uma exigência do próprio Deus. Para Abraão Ele disse “anda na minha presença” (Gn. 17:1). Paulo exortou aos Gálatas “Andai no Espírito” (Gl. 5:16). Andar, para o cristão, fala de um modo de vida, um estilo – aponta para estar na presença do Senhor. Fala de estar identificado com a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Estamos diuturnamente na presença do Senhor. Geazi enganou-se, pois ignorou que Deus lhe via (2 Rs. 5:25-27), e foi castigado por usa transgressão.
d) Palavras agradáveis e meditação agradável provêm de um coração que foi transformado pelo Senhor. Nossa meditação e nossas palavras devem servir para agradar ao Senhor e edificar os outros. Confrontamos nossas atitudes e palavras com esta verdade, e se for necessário, ainda é tempo de tomar uma decisão ou renovar os propósitos com Deus. Daí poderemos dizer: “As palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis na Tua presença Senhor [...]”.
II. “Minha rocha e meu redentor”
a) Só o Senhor é Rocha. Aquele que tem um coração inteiramente voltado para Deus já O tem aceitado como sua Rocha. Davi O reconheceu como “Rocha da minha salvação” (2 Sm. 22:47). Rocha fala de lugar firme, inabalável, impossível de ser removido. Reconhecer o Senhor como Rocha é estar convicto de um lugar de refúgio eterno, e isso está claramente ligado a viver no temor do Senhor, pois “o temor do Senhor é limpo e permanece para sempre” (v. 9). Jesus chamou de prudente o homem que ouve Suas palavras e as pratica, e é sábio o que edifica a sua casa (espiritual) sobre a rocha (Mt. 7:24) – aqui, rocha, fala da obediência de quem ouve.
b) Reconhecer o Senhor como Redentor é reconhecê-Lo como o Único capaz de nos redimir dos nossos pecados e delitos. Davi diz: “Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que me são ocultos. Guarda também o teu servo da arrogância, para que não me domine; então serei íntegro e ficarei limpo de grande transgressão” (vv. 12,13). Davi confessa que somente Deus é poderoso para lhe guardar íntegro e limpo de qualquer transgressão, anteriormente ele confessara “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (v. 7). Jó exclamou: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). Asafe, lembrando-se das maravilhas de Deus, exclamou que Deus fora o Redentor de Israel desde o deserto (Sl. 78:35). Só o Senhor é Redentor. Redentor é aquele que redime. Que paga o preço de resgate (Hb.9:14). Preço impagável por qualquer quantia ou esforço humano (Sl. 49:8).
c) Reconhecer (e aceitar) o Senhor como rocha e redentor é o ponto de partida para comunhão mais íntima. Somente Ele é a verdadeira rocha, e somente Ele é o verdadeiro redentor. Um coração redimido está apto a navegar em profundidades maiores.
Conclusão
O ensino fundamental deste trecho bíblico é que podemos e devemos agradar inteiramente ao Senhor. Busquemos em Deus um coração grandemente tocado pela excelência da Sua Palavra. Só a Palavra de Deus pode nos tornar sensível à vileza do pecado e ao perigo que se corre por causa dele, isso se o praticarmos.
Em Cristo
Um comentário:
que benção de artigo,é assim que deve ser,usando a palavra do Senhor de maneira certa!!
Te convido para seguir o meu Blog,ele é novo mais está uma benção psaa por lá!!abraços
http://napalavradosenhor.blogspot.com/
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