terça-feira, 15 de setembro de 2009

PRECISAMOS DA PALAVRA. UNICAMENTE DA PALAVRA

A falta da Palavra, de forma pormenorizadamente expositiva, tem levado igrejas a descaminhos doutrinários e práticos. Paulo quando viu a situação da igreja em Corinto, teve o zelo e a piedade para colocar as coisas em ordem. Podemos ver isto em Gálatas, em Creta (nesta estava Tito), com também nas recomendações a Timóteo.
Jamais houve a permissão de que o passado (costumes e práticas) de convertidos justificasse a introdução de inovações na Igreja, tanto na liturgia como na doutrina (Rm. 12:2; 2 Co. 5:17; Ef. 2:1-3). Nem mesmo para deixar o Evangelho mais contextualizado. Paulo traz exortações e ensinos necessários para encaminhar os crentes dentro da Verdadeira Doutrina (1 Tm. 6:3; Tt. 2:1,7).
O padrão de medida, para doutrina, fé e prática, é e tem que ser pela Palavra (Fp. 4:8). É exatamente isso que está faltando hoje. Visto, hoje, não mais a pessoa responder ao apelo do Evangelho, mas o Evangelho ter que responder aos apelos de cada um (mesmo sabendo que isso é impossível). Simão, o mágico, tentou adaptar o Evangelho às suas práticas mágicas, mas foi repreendido (At. 8:18,19). Pedro jamais iria fazer negócio com o Evangelho (At. 8:20).
Há uma inversão. Não é mais o Evangelho que transforma e molda o ser humano segundo Cristo (Ef. 4:13,14), mas são as pessoas que (ilusoriamente) moldam o Evangelho segundo as suas necessidades particulares – dessa forma muitas coisas estão sendo introduzidas e tidas como certas unicamente por experiências particulares. É o evangelho empírico.
Por isso há muitas igrejas lotadas em seus diversos cultos (cultos?). Há uma variedade de reuniões (não cultos) e cada um pode escolher o que melhor cabe como reposta ao seu problema ou necessidade. Somente para citar alguns: da vitória, do milagre, das causas impossíveis, da prosperidade, o show, o encontro gospel, da revelação, e assim por diante. Parece não haver mais necessidade, nem de falar e nem de ouvir todo o conselho de Deus (At. 20:27).
A Bíblia não corrobora, se quer cita, algo do tipo: “desemcapetamento total: fechamento do corpo; desemcapetamento total: oração forte contra macumbaria, feitiçaria, saravá, reza de São Cipriano; bolo da multiplicação; raio ‘x’ de Deus: o homem que tem o raio ‘x’ de Deus nos seus olhos; batismo da prosperidade; sessão do descarrego: o ritual sagrado; fogueira santa de Israel na fonte de Gideão: a materialização da fé para a conquista do impossível; clamor no interior do peixe; oração no monte: por ser mais poderosa ou mais espiritual ou mais eficaz; oração de portas fechadas para não entrar “espíritos malignos”; oração em pensamento para que o Diabo não ouça e nos roube a bênção; oração com imposição de mãos para transferências de dons, talentos, ministério e unção; passar óleo na doença para ser curado; medo constante para não proferir alguma palavra profética de maldição; sabonete ungido; rosa ungida; água do rio Jordão; sal grosso; vinho representando o sangue de Jesus, para, literalmente, passar nos umbrais da casa; “caixinha de promessas” como uma ‘consulta’ da vontade de Deus; repreender o Diabo com um “ta amarrado”; unção de cidades, ruas e praças; determinar a vitória, a bênção; campanha das semanas para alcançar uma vitória; o uso da numerologia para alcançar bênção; regressão para perdão de pecados desconhecidos; todos são profetas”. Já que para muitos (se não a maioria) o mais importante é o milagre e não a fonte, nada disso é errado ou questionável. Infelizmente!
Essas práticas estão qualificadas como doutrinas de homens e/ou de demônios. Muitas delas foram trazidas de religiões que nada tem a ver com o cristianismo, com o genuíno Evangelho. Dessa forma é um sincretismo. Muitas pessoas se convertem e continuam nas mesmas práticas. Algumas práticas só mudam um pouquinho, ficam mais cristianizadas (muito estranho).
Paulo faz uma recomendação: “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes. Desviai-vos deles” (Rm. 16:17), e em Hebreus 13:9 lemos: “não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas”.
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Falar sobre estas coisas é ir contra a maré. É ser um ‘fundamentalista’. Mas é mais importante, salutar, bíblico, conformar-se à Verdadeira Doutrina do que às doutrinas várias.

Precisamos da Palavra. Unicamente da Palavra.

Em Cristo,

Adriano Wink Fernandes

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